A privatização da Refinaria de Manaus (Reman), concretizada durante o governo Jair Bolsonaro como parte do programa de desestatização da Petrobras, trouxe impactos diretos para o mercado de combustíveis no Amazonas. Entre os efeitos observados, destaca-se o alto preço do etanol, que na primeira quinzena de abril atingiu o valor médio de R$ 5,48, tornando-se o mais caro do país, segundo dados do Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL).
A venda da refinaria para o grupo Atem, em 2022, foi acompanhada por preocupações sobre a concorrência no setor e a falta de regulação para conter possíveis aumentos nos preços dos combustíveis. Desde então, o mercado passou a operar sob nova gestão, com autonomia para estabelecer políticas comerciais e preços sem a influência da Petrobras.
Além do etanol, a gasolina também teve um custo elevado no estado, sendo comercializada a R$ 7,31, sem variação em relação ao mês anterior. O diesel, por outro lado, registrou leve redução, com o tipo comum vendido a R$ 6,94 e o S-10 a R$ 7,03.
Reflexos da Privatização
Com a privatização, especialistas apontam que a redução do papel regulador da Petrobras no Amazonas pode ter dificultado a busca por preços mais competitivos no estado. A retirada da estatal da gestão direta da refinaria eliminou qualquer possibilidade de subsídios ou controle de reajustes, deixando o mercado totalmente dependente da estratégia comercial da nova operadora.
A mudança de controle também afetou a cadeia de distribuição. Antes, a Petrobras conseguia oferecer preços alinhados com suas refinarias em outras regiões, mas agora o Amazonas enfrenta condições distintas, dependendo exclusivamente da Reman e das importações de combustíveis.
Impactos no Consumidor e no Meio Ambiente
Com preços elevados, o IPTL indicou que a gasolina é a opção mais viável para abastecimento no estado. No entanto, especialistas alertam que a escolha do combustível deve levar em conta impactos ambientais, já que o etanol é uma alternativa mais sustentável, reduzindo emissões de carbono em comparação aos combustíveis fósseis.
Enquanto o Amazonas enfrenta desafios para oferecer preços mais competitivos, motoristas precisam lidar com a realidade de um mercado que, desde a privatização, não apresenta sinal de redução significativa nos custos.