O que diz a decisão do TCE?
Em 4 de abril, o TCE-AM determinou, por meio de medida cautelar, que a prefeitura:
- Suspenda o Decreto Emergencial n. 21/2025, que autorizava contratações temporárias.
- Permita o exercício dos concursados aprovados nos editais 001/2023 a 005/2023
- Abstenha-se de novas contratações diretas sem licitação.
A decisão foi baseada em análises preliminares que apontaram possíveis irregularidades na gestão de pessoal.
Posição da Prefeitura
O secretário municipal de Administração declarou que a gestão reconhece a decisão do TCE, mas aguarda posicionamento judicial antes de efetivar as nomeações:
"Recebemos os representantes dos concursados e explicamos que, por cautela, estamos aguardando uma definição da Justiça. Eles decidiram, por conta própria, protestar na sede da prefeitura", afirmou.
A administração municipal também destacou que não há impedimento formal aos concursados, mas que o processo está em análise jurídica.
Reivindicações dos servidores
Um grupo de concursados, insatisfeito com a demora, organizou um acampamento pacífico em frente à prefeitura. Eles argumentam que a decisão do TCE já deveria estar em vigor e temem que contratações temporárias continuem ocupando vagas destinadas a eles.
"Passamos no concurso, fomos nomeados e agora estamos sem resposta. Queremos apenas o direito de trabalhar", disse um dos manifestantes.
Contexto fiscal e jurídico
O caso ganhou complexidade após questionamentos sobre a situação financeira do município. Documentos apresentados ao TCE indicam que a prefeitura revisou projeções orçamentárias em 2024, ajustando despesas com pessoal.
Especialistas em direito administrativo ouvidos pela reportagem explicam que:
- Decisões do TCE têm efeito vinculante no âmbito administrativo, mas não substituem uma sentença judicial.
- O prefeito pode recorrer à Justiça se considerar a medida cautelar inadequada.
- Caso descumpra a decisão, a prefeitura pode sofrer sanções do TCE, como multas ou recomendações ao Ministério Público.
Próximos passos
A prefeitura tem 15 dias para comprovar ao TCE o cumprimento da decisão, os concursados desistiram do protesto, mas afirmam estar atentos as ações da gestão e também estão abertos a diálogo, o Ministério Público pode intermediar o caso se houver risco de paralisia nos serviços públicos.
O impasse reflete desafios comuns em municípios que precisam equilibrar demandas por servidores, restrições orçamentárias e decisões de controle externo.