Em uma escalada significativa em seu discurso, o presidente da Rússia Vladimir Putin emitiu uma nova ameaça nuclear contra as nações ocidentais. Ele afirmou que a Rússia contemplaria o uso de armas nucleares se atacada por qualquer estado que usasse armas convencionais. Novos desenvolvimentos surgiram nesta segunda-feira durante uma audiência parlamentar, quando o chefe de inteligência da Alemanha emitiu alertas severos sobre a espionagem russa e os preparativos para um conflito militar com a OTAN.
Um conflito armado pode ocorrer até 2030, de acordo com Bruno Kahl, chefe do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha. "Putin continuará a testar as os limites do Ocidente e a escalar ainda mais o confronto", disse ele. "As forças armadas russas provavelmente estarão em posição, em termos de pessoal e material, de lançar um ataque contra a OTAN até o final desta década, o mais tardar." Ele acrescentou que Putin pretende expandir a esfera de influência do Kremlin na Europa e expulsar as forças militares dos EUA do continente, já que os gastos dos EUA com defesa superam os da União Europeia.
Em janeiro de 2024, o ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, alertou que o presidente russo, Vladimir Putin, pode atacar um país da OTAN "dentro de cinco a oito anos". Pistorius fez a sua terrível previsão durante uma entrevista ao Der Tagesspiegel, jornal de Berlim. As observações de Pistorius coincidiram com advertências semelhantes do ministro da Defesa Civil da Suécia, Carl-Oskar Bohlin, que disse que "a guerra poderia chegar à Suécia".
Outras figuras governamentais também se manifestaram e ressaltaram a avaliação do ministro da defesa alemão, incluindo a presidente da Estônia, Kaja Kallas. Em declarações ao jornal britânico The Times, a líder disse: "A nossa inteligência estima que serão necessários três a cinco anos [para a Rússia retornar como uma séria ameaça militar no flanco oriental da OTAN] e isso depende muito de como gerirmos a nossa unidade e mantermos nossa postura em relação à Ucrânia". A Rússia quer dar um tempo no conflito, acrescentou ela, "e esta pausa serve para reunir os seus recursos e forças. A fraqueza provoca agressores, por isso a fraqueza provoca a Rússia".
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, também alertou para o risco real de um ataque russo aos países da OTAN. O aviso da Alemanha surgiu quando o secretário da Defesa britânico Grant Shapps anunciou que o Reino Unido enviará 20.000 militares das suas forças armadas para um dos maiores exercícios da OTAN desde a Guerra Fria: "Steadfast Defender". Os exercícios militares, envolvendo 90 mil soldados, decorrerão até maio de 2024 e servirão para repelir uma invasão das forças de Putin.