O Ministério Público do Amazonas (MPAM) solicitou à Justiça a condenação de Ademar e Cleusimar Cardoso, irmão e mãe da ex-sinhazinha Djidja Cardoso, respectivamente, além de outras cinco pessoas, por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Djidja foi encontrada morta no final de maio em Manaus, e a polícia investiga a possibilidade de que sua morte tenha sido causada por overdose de cetamina, conforme indicado por um laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML). O laudo oficial ainda não foi divulgado pelas autoridades. De acordo com a investigação da polícia, a família de Djidja fundou o grupo religioso “Pai, Mãe, Vida”, que promovia o uso indiscriminado de uma droga sintética, conhecida por causar alucinações e dependência.
Além da mãe e do irmão de Djidja, estão presos funcionários de uma rede de salões de beleza da família, um coach, e o proprietário e o sócio de uma clínica veterinária suspeita de fornecer a substância ao grupo. Em junho, o Ministério Público, representado pelo promotor André Virgílio Betola Seffair, denunciou o grupo por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Na denúncia, Seffair afirmou que Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja, estava no núcleo central do esquema de tráfico de entorpecentes. Ainda segundo o MP, o ex-namorado de Djidja Cardoso, Bruno Roberto da Silva, estimulava a mãe da ex-sinhazinha a prosseguir na busca de uma falsa elevação espiritual.
Para o promotor, o irmão de Djidja, Ademar Cardoso, estuprou uma de suas ex-namoradas após aplicar cetamina nela. Nas alegações finais apresentadas à Justiça no dia 4 de outubro, o promotor reiterou as condutas criminosas de Cleusimar, mãe de Djidja. Ele afirmou que Cleusimar admitia induzir e incentivar o uso de cetamina, alegando sempre que a substância era um instrumento de “cura”. “A acusada Cleusimar Cardoso Rodrigues, que é genitora de Dilemar e do acusado Ademar, passou a fazer a aquisição de medicamento sob controle especial/psicotrópica (Cetamina), em quantidades relevantes, com fito de fazer a distribuição da substância em rede salões de beleza de sua propriedade (Belle Femme), oportunidade em que fornecia seringas com Cetamina para funcionários, bem como para seus próprios filhos (Dilemar e Ademar)”.
Seffair também voltou a acusar o irmão de Djidja de ter estuprado uma das suas ex-namoradas sob o uso de cetamina. O promotor pediu que o crime seja apurado em um outro processo. “Provou-se que o acusado Ademar, de posse de seringas contendo Cetamina, as aplicava na vítima em quantidade suficiente para deixá-la em transe aproveitando-se para praticar sexo não consentido, fato este que deve ser objeto de apuração em procedimento policial próprio, ante a ausência de elementos de prova nos presentes autos que pudessem ensejar a imputação, em concurso de crimes”.
Veja abaixo quem são os réus que o MP pediu a condenação:
- Cleusimar Cardoso Rodrigues (mãe de Djidja): denunciada por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- Ademar Farias Cardoso Neto (irmão de Djidja): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- José Máximo Silva de Oliveira (dono de uma clínica veterinária que fornecia a cetamina): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- Sávio Soares Pereira (sócio de José Máximo na clínica veterinária): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- Hatus Moraes Silveira (coach que se passava por personal da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas e associação pra o tráfico;
- Verônica da Costa Seixas (gerente de uma rede de salões de beleza da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas;
- Bruno Roberto da Silva Lima (ex-namorado de Djidja): também denunciado por tráfico de drogas.
Ainda nas alegações finais, o promotor também pediu a absolvição de três réus, alegando ausência de provas suficientes para a condenação. São eles:
- Marlisson Vasconcelos Dantas (cabeleireiro em uma rede de salões de beleza da família de Djidja);
- Claudiele Santos Silva (maquiadora em uma rede de salões de beleza da família de Djidja);
- Emicley Araújo Freitas (funcionário da clínica veterinária de José Máximo).
Com informações do G1