Um policial militar denunciou ter sido torturado por colegas da corporação dentro do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no Setor Policial Sul, em Brasília. Segundo o soldado Danilo Martins, ele foi agredido para que desistisse de um curso de formação.
O soldado ficou internado no hospital por seis dias. Ele diz que foram 8h dentro do batalhão sendo torturado, até que ele resolveu assinar o termo de desistência do curso, mesmo sem entender o motivo das agressões.
A PMDF disse que a corregedoria abriu um inquérito para apurar o caso e informou que o tenente apontado como o responsável por liderar as agressões se desligou da coordenação voluntariamente, enquanto o caso é investigado. Mas, em nota, a corporação negou que o policial tenha sido forçado a assinar a desistência e disse que "não há que se falar em tortura".
Na denúncia feita ao Ministério Público, o policial conta que teve gás lacrimogênio e gás de espuma jogados em seu rosto, que foi obrigado a tomar café com sal e pimenta, e que foi agredido com pauladas, chutes no joelho, no rosto e no estômago.
Danilo diz que, no hospital, ele foi diagnosticado com insuficiência renal, rabdomiólise - ruptura do músculo esquelético, ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões lombar e cerebral. Danilo é escritor e atleta, e já venceu uma competição internacional de futebol dentro da corporação. Ele também costuma compartilhar a rotina nas redes sociais. Segundo ele, isso pode ter motivado as agressões.