O Tenente-Coronel Mauro Cid, figura central nas investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, prestou seu quarto depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira. Durante mais de oito horas, Cid respondeu a questionamentos dos agentes, esclarecendo detalhes que haviam permanecido obscuros em declarações anteriores.
O foco das indagações recaiu sobre a reunião ministerial ocorrida em data anterior, na qual o presidente Jair Bolsonaro teria discutido a minuta do golpe, criticado o sistema eleitoral e delineado diretrizes de atuação para seus ministros. Cid, ouvido desta vez como testemunha e não como investigado, enfrentou a pressão de alertas quanto aos benefícios de sua delação premiada. A possibilidade de perder esses benefícios caso não colaborasse plenamente com o avanço das investigações pairava sobre o depoimento.
Às 15 horas de hoje, o Tenente Coronel compareceu à sede da PF para prestar novo depoimento, reforçando a relevância de suas informações. O conteúdo de sua delação permanece sob sigilo, mas fontes indicam que suas declarações podem ser cruciais para comprovar suspeitas relacionadas ao papel individual de cada envolvido na trama golpista.
Em um desdobramento interessante, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou acesso aos depoimentos de dois ex-comandantes das Forças Armadas: Marco Antônio Freire, do Exército, e Carlos Baptista Junior, da Aeronáutica. Ambos confirmaram, segundo fontes da investigação, a realização de reuniões para discutir a minuta do golpe de Estado, corroborando as informações trazidas por Mauro Cid. Freire Gomes, em seu relato, acrescentou que os acampamentos golpistas foram mantidos por determinação direta de Bolsonaro.
A nação aguarda ansiosamente os desdobramentos dessa complexa investigação, enquanto os olhos se voltam para os próximos passos das autoridades e os desafios que se apresentam na busca pela verdade e justiça.