Gaza, 11 de novembro de 2023 – Enquanto os bombardeios intensos continuam a atingir a Faixa de Gaza, a situação dos pacientes e da equipe médica da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) atingiu níveis desesperadores. O hospital de Al Shifa, o maior da região, foi alvo de repetidos ataques, resultando em múltiplas mortes e feridos, enquanto uma equipe e centenas de pacientes permaneceram sitiados em meio aos destroços.
Nas últimas 24 horas, o hospital Al Shifa, que conta com 700 leitos, incluindo departamentos de maternidade e ambulatório, foi atingido diversas vezes, deixando a equipe de MSF sem palavras diante da tragédia que se espalhou. Ann Taylor, coordenadora-geral de MSF nos Territórios Palestinos, expressou sua angústia diante da situação catastrófica: "Estamos sendo mortos aqui, por favor, faça alguma coisa."
A coordenadora-geral denunciou o ataque implacável ao sistema de saúde de Gaza, apelando ao governo israelense para cessar os bombardeios. O hospital Al Shifa, além de ser o principal complexo hospitalar da Faixa de Gaza, é o único capaz de admitir e tratar um grande número de pacientes com lesões complexas, tornando-o vital para a região.
Com a falta de energia elétrica e ambulâncias paralisadas devido a ataques, a equipe médica enfrenta dificuldades extremas para evacuar pacientes. Mohammed Obeid, transportador de MSF no hospital Al Shifa, relatou a impossibilidade de transporte de pacientes já operados. “Precisamos de uma ambulância para transportá-los, não temos ambulâncias para evacuar todos esses pacientes”, alertou.
A MSF denunciou a sentença de morte imposta aos civis no hospital Al Shifa, enquanto apela urgentemente a um cessar-fogo incondicional por todas as partes do conflito. A organização perdeu contato com um transporte protegido no hospital Al-Quds, e outras instalações de saúde, incluindo o hospital Al Rantisi, foram cercadas por tanques israelenses.
Além do apelo direto ao governo israelense, a MSF instou os EUA, o Reino Unido, o Canadá, os Estados-membros da Liga dos Estados Árabes, os Estados-membros da Organização de Cooperação Islâmica e a União Europeia a tomar medidas imediatas para garantir um cessar-fogo. A organização ressaltou que o fornecimento incondicional de ajuda humanitária é crucial para a sobrevivência das pessoas em Gaza, destacando a urgência do acesso a alimentos, combustível e água.
Com milhares de pessoas feridas, muitas em estado crítico, MSF reitera que apenas um cessar-fogo total pode permitir cirurgias complexas e tratamento prolongado, proporcionando uma esperança de vida para os habitantes de Gaza. Enquanto a comunidade internacional testemunha os horrores que se desenrolam na região, a organização faz um apelo enfático à ação imediata para preservar vidas civis e garantir a proteção das instalações médicas essenciais.