Crise na Saúde do Amazonas: Hospitais à Beira do Colapso

No Hospital João Lúcio, servidores e acompanhantes ficam sem alimentação por falta de comida. 

Um aviso foi fixado pela empresa responsável pelo serviço na porta do refeitório do hospital

A situação na saúde pública no estado do Amazonas atinge níveis críticos, com hospitais enfrentando uma crise sem precedentes. O Hospital e Pronto Socorro João Lúcio, uma das principais unidades de atendimento na capital amazonense, emitiu um aviso informando que não fornecerá mais almoço nem jantar para servidores e acompanhantes. A decisão foi tomada pela empresa responsável pelo fornecimento de alimentos, JS Refeições, alegando falta de insumos para a produção alimentar.

Pacientes sendo atendidos nos corredores do Hospital e Pronto Socorro João Lúcio - Fonte: Radar Amazônico

A medida, que visa priorizar os pacientes, revela a gravidade da crise financeira enfrentada pela unidade hospitalar. As empresas terceirizadas estão com pagamentos atrasados, impactando diretamente os funcionários, que sofrem com salários em atraso. A situação é tão crítica que ortopedistas ameaçam parar os atendimentos devido ao atraso nos salários, e enfermeiros de cooperativas enfrentam três meses de atraso em seus pagamentos, agravando ainda mais a precária situação da saúde na região.

A crise se estende para outras unidades de saúde, como o Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, onde médicos relatam não receber salários desde junho. Este descaso coloca em risco não apenas a estabilidade financeira dos profissionais de saúde, mas também compromete a qualidade do atendimento oferecido aos pacientes.

Hospital e Pronto Socorro 28 de agosto superlotado, sujo e sem estrutura - Fonte: Radar Amazônico

No interior do estado, a escassez de medicamentos é um problema persistente, evidenciando a extensão da crise na saúde do Amazonas. A falta de recursos afeta diretamente o tratamento dos pacientes, colocando em risco a vida daqueles que dependem do sistema de saúde público.

Relatos de condições precárias também surgem de hospitais como o Hospital e Pronto Socorro Dr. Aristóteles Platão Bezerra de Araújo, onde uma paciente denunciou a falta de itens básicos, como copos e papel higiênico. Além disso, os banheiros encontram-se quebrados, e os colchões, velhos e rasgados, configurando um cenário de completo abandono. Essas condições indignas não apenas comprometem o conforto dos pacientes, mas também levantam questões sobre a gestão e o investimento na infraestrutura dos hospitais da região.

Diante desse quadro alarmante, é urgente que as autoridades locais intervenham para solucionar a crise na saúde, garantindo condições adequadas de trabalho para os profissionais e assegurando um atendimento digno e eficaz para a população. A situação atual é insustentável e exige ações imediatas para evitar um colapso ainda maior no sistema de saúde do Amazonas.

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