AMAZONAS EM CHAMAS: A Verdade sobre as Queimadas Devastadoras em Autazes e BR-319

POR QUE AUTAZES E O SUL DO AMAZONAS (BR-319) ESTÃO SENDO O FOCO DE QUEIMADAS?


A região de Autazes, localizada no sul do Amazonas, e a BR-319 têm estado em evidência recentemente devido às preocupantes queimadas que assolam a área. Para entender essa situação, é necessário examinar uma série de fatores, que vão desde a exploração de recursos naturais à pressão sobre terras indígenas e as políticas do governo estadual.

O Potássio e a Terra Indígena Mura (Urucurituba)

A importância de Autazes e sua área circundante ganhou destaque com a descoberta de uma vasta mina de cloreto de potássio. O potássio é um elemento crucial na produção de fertilizantes, desempenhando um papel fundamental no agronegócio. O ex-presidente Jair Bolsonaro pressionou pela exploração desse recurso, embora a mina esteja localizada na Terra Indígena (demarcada) do povo Mura, na cidade de  Urucurituba.


A exploração do potássio representa uma séria ameaça aos povos indígenas que habitam a região. A exploração mineral em terras demarcadas ignora a proteção dos direitos dessas comunidades e coloca em risco seu modo de vida e bem-estar.

Políticas Estaduais e a Criação da Secretaria de Mineração e Gás:


O governo do Amazonas, sob a liderança do então governador Wilson Lima, demonstrou apoio contínuo à exploração mineral e ao agronegócio. O plano de Lima propõe a legalização da mineração, flexibilização ambiental e expansão do agronegócio no sul do estado, incluindo a região de Autazes e a BR-319.

Em um movimento polêmico, em 3 de abril de 2023, o governador anunciou a criação da Secretaria de Mineração e Gás, sem oferecer detalhes significativos sobre suas operações e impactos potenciais na região.

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Pressões e Queimadas na BR-319:


A BR-319 tem sido alvo de invasões e pressões por parte de garimpeiros ilegais, grileiros e pecuaristas. Isso resultou em um aumento dramático das queimadas criminosas na área, causando devastação ambiental e ameaçando as comunidades indígenas que residem nessa região.


Além disso, os povos indígenas que vivem na área ao longo da BR-319 têm lutado tenazmente para proteger suas terras contra essas invasões e atividades ilegais. A despeito das demarcações que deveriam proteger seus territórios, essas comunidades continuam a ser alvo de violência e assassinatos.

A Falta de Consentimento dos Mura:

É crucial destacar que os indígenas Mura não deram seu consentimento para a exploração de potássio em suas terras demarcadas. Contrariando as afirmações do governo, os Mura não concordaram com essa exploração.


Erton Mura, membro da Organização das Lideranças Indígenas do Povo Mura do Careiro da Várzea (OLIMCV), esclareceu: "Tudo o que foi publicado na mídia [sobre os Mura terem consentido com a exploração de potássio] é mentira. Não existe consenso sobre isso. Principalmente na aldeia Soares, que é a que mais vai sofrer impacto e infelizmente tem sido excluída do diálogo."

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A situação em Autazes e na BR-319 ilustra os desafios enfrentados na Amazônia, onde a exploração de recursos naturais e a pressão sobre terras indígenas continuam a criar conflitos e ameaçar a rica biodiversidade e os modos de vida das comunidades locais. A proteção dessas terras e a busca por soluções sustentáveis se tornam imperativas em meio a essa crescente crise ambiental na região.

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