"Onda de Violência Política: Vereadora é a Sétima Vítima de 'Estupro Corretivo' em Minas Gerais"

#LESBOFOBIA

Mais uma parlamentar ameaçada de morte e estupro em Minas Gerais. A vítima de violência política desta vez foi vereadora Cláudia Guerra (PDT), de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, ameaçada de violência sexual.


A vereadora Cláudia Guerra, do PDT, em Uberlândia, Minas Gerais, tornou-se a sétima parlamentar no estado a enfrentar ameaças de "estupro corretivo", uma forma de violência sexual. Ela recebeu ameaças em sua caixa de correio privada e e-mails institucionais da Câmara, com detalhes sobre sua roupa durante uma sessão plenária e uma solicitação irônica para que ela a vestisse no dia em que o agressor a visitasse.

Essas ameaças de violência política contra parlamentares em Minas Gerais começaram em agosto, afetando também vereadoras de Belo Horizonte e deputadas estaduais. Cláudia Guerra é professora universitária, ativista dos direitos das mulheres e preside a Comissão de Direitos da Mulher da Câmara de Uberlândia. Ela registrou um boletim de ocorrência e fará uma representação ao Ministério Público de Minas Gerais, que já investiga outros casos semelhantes.

A vereadora acredita que esses ataques visam silenciar as mulheres na política e destaca a baixa representação das mulheres nesse espaço. Ela exige uma investigação rigorosa desses casos, classificando as ameaças como machistas, sexistas e misóginas, temendo que elas desencorajem mais mulheres de ocupar cargos políticos.

No Brasil, a violência política de gênero é crime desde a entrada em vigor da Lei 14.192/21, que busca criminalizar práticas de assédio e violência contra mulheres que exercem cargos políticos. Recentemente, foi aprovado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais um projeto que tipifica a violência política contra mulheres e estabelece regras para seu combate e prevenção.

O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (Conedh) emitiu uma nota de solidariedade às parlamentares e condenou veementemente essa escalada de violência, considerando-a um atentado ao Estado Democrático de Direito. O conselho pediu que medidas sejam tomadas para identificar os agressores e proteger a vida e os mandatos das parlamentares afetadas por essas ameaças.

QUEM É O ACUSADO?

As ameaças são feitas por e-mail e o autor se identifica como Astolfo Bozzônio Rodrigues. Na queixa-crime, a vereadora explica não saber se essa é uma identidade real, e ressalta que há uma conta vinculada a esse nome na rede social X (antigo Twitter), com publicações homofóbicas.

Imagem do e-mail recebido pela parlamentar

Sabe-se que esse nome é usado para assinar os e-mails já está circulando na web há anos e sempre com os mesmos preceitos, ameaçando lésbicas, difundidos ideias que choquem a sociedade e propagando terrorismo psicológico na web.

Em suas primeiras aparições a identidade assinava os conteúdos de um blog conhecido como Tio Astolfo. um blog criado por um homem que se identificava inicialmente pelo pseudônimo “Doutor Astolfo Bozzônio Rodriguez”, um Ph.D em Psicologia Social por Harvard e que dizia morar na Rússia, que posteriormente se identificou falsamente como Robson Otto Aguiar (um blogueiro do interior do Mato Grosso). Outros dois indivíduos, Cauê Felchar e Babyface, também foram atrelados ao blog. Mais tarde, descobriu-se que os criadores do blog eram usuários do Dogolachan.


O blog surgiu em 2014 e saiu do ar em 2017 após sangria pela mídia, além de ser alvo de 34.300 denúncias e 311 links denunciados.

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