O Brasil fechou um acordo significativo para se tornar o principal fornecedor de aviões de carga da Áustria, por meio do modelo C-390, produzido pela Embraer. O acordo abrange a aquisição de quatro aeronaves no valor total de 2,4 bilhões de reais. A Áustria é o quarto país europeu a escolher o avião brasileiro como seu principal cargueiro, seguindo os passos da Holanda, Hungria e Portugal.
Em 2023, a indústria de Defesa nacional registrou um aumento impressionante de 60% nas exportações em comparação com o ano anterior. O C-390 é o maior avião da América do Sul e é amplamente utilizado em operações de resgate, combate a incêndios florestais e transporte de cargas, com uma capacidade máxima de 26 toneladas, além de poder acomodar 80 soldados e uma unidade de terapia intensiva aeromédica integrada.
O projeto do C-390 teve início durante o governo Lula 2, em 2009, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), com um investimento total de 4,5 bilhões de reais em pesquisa e linhas de produção. O Complexo Industrial da Defesa desempenha um papel fundamental para o Brasil, possibilitando o aumento dos investimentos em tecnologia, ciência, inovação e a expansão das exportações industriais, com maior valor agregado e empregos mais qualificados.
As exportações de aviões tiveram um crescimento notável de 60% em 2023. Em cada contrato de venda do C-390, o governo brasileiro tem direito a receber uma taxa adicional de 3,5%, devido ao seu investimento significativo na criação do avião durante o PAC 1, além dos impostos aplicáveis. No caso deste contrato de quatro aeronaves, o governo federal receberá quase 90 milhões apenas em taxa adicional.
É importante destacar que o Brasil possui quatro grandes Complexos Industriais nos quais pode alcançar competitividade e inserção internacional. Estes complexos incluem:
Defesa: A Embraer é a terceira maior produtora de jatos comerciais do mundo, com uma complexidade industrial e tecnológica que impulsiona diversos setores da indústria.
Agricultura: O Brasil é o quarto maior produtor de alimentos do mundo, oferecendo um vasto espaço para estimular a produção nacional de tratores, máquinas agrícolas, fertilizantes e insumos.
Petróleo: O Brasil é autossuficiente em petróleo e possui a segunda petroleira mais lucrativa do mundo, a Petrobrás. A partir dela, toda a cadeia produtiva da indústria naval, incluindo navios e plataformas, pode ser desenvolvida.
Saúde: O Brasil é um exemplo histórico de vacinação e pode usar o Sistema Único de Saúde (SUS) e sua escala na fabricação de vacinas para desenvolver sua indústria farmacêutica, com a nacionalização de insumos. O Butantan e a Fiocruz estão entre os 15 maiores produtores de vacinas do mundo. Esses complexos industriais representam oportunidades significativas para transformar o Brasil em um país industrializado e competitivo globalmente.