Hoje vi pela primeira vez o documentário, Pro dia nascer feliz, de João Jardim, e pela primeira vez na minha carreira de mais 10 anos de chão de sala de aula enxerguei o quão vulnerável se encontra a figura do professor.
Nós professores lutamos diariamente para oferecer à pessoas que não conhecemos uma oportunidade que lhes é negada ou dificultada pelo sistema.
Lutamos contra o estado que ridiculariza nossa profissão com um baixo salário, que nos obriga trabalhar como condenados, correndo atrás de 60h semanais para garantir uma quantia de dinheiro que nos dê o mínimo de qualidade de vida e de conforto, conforto esse que não conseguimos nem usufruir, pois o cansaço da batalha diária nos tira essa oportunidade.
Lutamos contra uma sociedade que enxerga o professor como um vagabundo, um qualquer, um encostado que só podia não saber fazer outra coisa, e foi se contentar a dar aula. Essa sociedade que tem repulsa da figura do professor é a mesma que joga seus filhos em nossas mãos, que entregam seus bens mais valiosos para que os "vagabundos" possam lhes ensinar algo que nem eles próprio conseguem, que é a educação e valores! Diga-se de passagem isso é algo que nem é nosso dever fazer!
Lutamos contra nós mesmos, que não enxergamos que o Estado nos joga de encontro, levando a nossa categoria a desunião e evitando um apoio maior as nossas causas legítimas.
Somos vulneráveis na sala de aula, são 45 alunos para 1 professor, que precisa sobressair com a voz, ter jogo de cintura, boa didática, além de ter conhecimento de sobra sobre seu componente curricular precisa estar diariamente buscando conhecimento e atualização, para não ficar obsoleto, para não ficar parado no tempo.
Mais respeito ao professor!
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