A escalada do horror nas escolas do Brasil


Para mim que sou professora falar sobre questões tão sensíveis é difícil e pesado. Ser professor no Brasil não é tarefa fácil, ainda mais hoje em dia, quando vemos uma grande parcela de pais nenhum ou pouco preocupados com o processo de ensino-aprendizagem de seu filhos. Ou até mesmo com o desenvolvimento destes.

Para alguns pais a escola não passa de um  mero depósito de humanos. Levam seus filhos todos os dias à porta da escola e os entregam nas mãos dos professores, esperando que estes possam dar aos filhos o que eles pais não tentam fazer. Nós, professores que estamos na ponta da lança somos os responsáveis por tentar sanar todos os tipos de problemas que vocês nem sequer imaginam que cai no colo do professor.

No meu primeiro ano com professora efetiva na cidade de Manaus, me deparei com diversos tipos de situações que requeriam a necessidade urgente de uma equipe multiprofissional. Tínhamos alunos com problemas de violência na família, envolvimento com o tráfico, abuso sexual, estupro, doenças mentais, bullying, e etc. Mas acredite, após fazer diversos relatórios, enviar a secretaria responsável o que vi foi que que mesmo querendo ajudar a equipe minúscula de gestor, pedagogo e secretário não podiam fazer mais do que eu também já estava fazendo. Minimizamos os problemas juntos, sem ajuda profissional vinda da secretaria, sem enfermeiro, sem psicólogo, nem psiquiatra, assistente social. A escola com toda a sua dificuldade conseguiu resolver o problema, porque nós, professores, sempre estivemos sendo o amparo de crianças, adolescentes, jovens e adultos, sempre sobre nossos ombros que recai o peso dos problemas sociais e também as cobranças, não esqueçam!

Hoje, estamos vendo o avanço de um horda de jovens contaminados pelo ódio às diferenças, incapazes de respeitar o direito de existências de grupos minoritários. Injetados pela raiva e frustração são presas fáceis de grupos extremistas da direita, nazistas e fascistas que usam diversos tipos de linguagens na redes da internet. Desde memes com humor ácido, que fazem piada da violência e até a morte de pessoas #lgbtqia+, negros, mulheres dentro de chats em games, comunidades em redes sociais fechadas, chans da deepweb, além do discurso de pessoas inescrupulosas que evidenciam o racismo, que alimentam a violência contra grupos com ideais diferentes, que fazem apologia a tortura. Não podemos esquecer dos pais que repercutem falas e posicionamentos preconceituosos que vão sendo instalados na mente de seus filhos, além do papel de alguns membros religiosos que engrossam o caldo do extremismo crescente no Brasil.

De 2002 pra cá, quando houve o primeiro caso foram listados 22 ataques à escolas brasileiras. Do total de casos 13 ataques ocorrem somente nos 2 últimos anos. Está sendo instalado no Brasil um grupo de kamikazes, no estilo Isis que estão prontos para morrer e levar muitos outros com eles e se o Estado, as Instituições não buscarem as pessoas certas, os estudiosos da área para procurar uma solução, tentar resolver esse problema pode gerar mais violência e muito mais mortes.



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