Volta de Marina Silva ao Ministério do Meio Ambiente traz perspectivas de crescimento ainda maiores para Economia da Reparação

Na visão da executiva, graças à maior conscientização da sociedade em relação às causas ambientais, Marina Silva volta ao MMA em cenário mais favorável do que em sua primeira passagem pela pasta 


Por Maria Albuquerque  

O novo governo e o retorno de Marina Silva ao Ministério do Meio Ambiente indicam que podemos resgatar efetivamente a pauta da proteção dos nossos biomas e dos povos originários, além de recolocar o país no lugar que é dele por direito - de protagonista na luta pela justiça climática.   

Entendo que as condições atuais são bastante diferentes de quando Mariana Silva comandou pela primeira vez o Ministério do Meio Ambiente, e arrisco dizer que o cenário atual - de maior conscientização da sociedade e das lideranças mundiais acerca da crise do clima - favorecem a atuação de Marina Silva. Além disso, o fato de o próprio governo eleito incorporar em seus discursos a premência do debate ambiental também fortalecerá Marina Silva que, espera-se, não enfrentará o isolamento do período anterior.  

Outro ponto importante a ser colocado é que o combate ao aquecimento global conquistou espaço também na agenda econômica - a economia da regeneração é encarada como um novo e importante nicho de negócios, despertando o interesse das economias centrais e de grandes grupos econômicos. 

Se por um lado temos um cenário devastado pelo descaso dos últimos anos com o meio ambiente, no outro temos as questões ambientais sob os holofotes tanto do governo atual – lembrando que o meio ambiente foi pauta estrutural da campanha eleitoral - quanto da comunidade internacional. Foi uma grata notícia, ainda no dia da posse de novo governo, a Alemanha anunciar 35 milhões de Euros para o Fundo Amazônia, cuja promessa de abertura aconteceu em novembro, na COP27, quando Lula ainda não era nem presidente.   

Os primeiros movimentos de Marina também deixam bem claro que todos os empecilhos colocados contra o meio ambiente seriam desfeitos, e assim revogou o ato de Ricardo Salles que dificultava aplicação de multas do Ibama. Ouvir que "as porteiras da destruição" estão sendo fechadas, em referência à famigerada fala de Salles sobre "passar a boiada" enquanto as pessoas se preocupavam com a Covid19, também inspira otimismo.  

Meu otimismo também encontra respaldo pelo movimento ESG que, nos últimos anos, vem ganhando uma relevância inédita e estabelecendo novos patamares de compromisso com as pautas socioambientais.  O recente levantamento da Bloomberg, que mostrou que o mercado de ESG está estimado, globalmente, em mais de US$ 30 trilhões e a expectativa é de que chegue a US$ 53 trilhões em 2025, nos coloca em um momento desafiador, porém de muita expectativa positiva para reais mudanças.  Encaro esse momento histórico com confiança na gestão de Marina Silva, nas instituições nacionais e na capacidade da iniciativa privada de trabalhar em conjunto com as esferas públicas e com foco no desenvolvimento de fato sustentável. Isso certamente resultará em crescimento ainda maior para as empresas que atuam na economia de reparação, gerando não apenas resultados financeiros e soluções socioambientais, como também empregos e melhoria de vida para a sociedade. 

 

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