Telma Lage, Diocese de Roraima e Ăurea Cruz foram reconhecidas na cerimĂŽnia pelo acolhimento de pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas em Roraima
Uma placa que homenageia a missionĂĄria Telma Lage, falecida em junho deste ano devido Ă COVID-19, foi instalada no Centro de MigraçÔes e Direitos Humanos da Diocese de Roraima (CMDH) na segunda-feira (13/12) em reconhecimento Ă sua dedicação e contribuição Ă proteção de pessoas em deslocamento forçado. A AgĂȘncia da ONU para Refugiados (ACNUR) tambĂ©m realizou gesto de agradecimento Ă Diocese de Roraima e Ă voluntĂĄria Ăurea Cruz pela cessĂŁo do terreno e estabelecimento do Abrigo SĂŁo Vicente I, cujas atividades foram encerradas neste ano.
IrmĂŁ Telma, como era conhecida, ao lado de missionĂĄrios da Diocese de Roraima, apoiou pessoas refugiadas e migrantes desde o inĂcio do aumento do fluxo de pessoas da Venezuela, antes da Operação Acolhida ser instalada na regiĂŁo norte do Brasil. Ela foi coordenadora do CMDH e importante membra de grupos de trabalho que combatiam a violĂȘncia de gĂȘnero e desenvolviam açÔes para a população venezuelana desabrigada.
“Presenciamos na IrmĂŁ Telma sua liderança e seu espĂrito inabalĂĄvel, que sempre nos lembrou por que estamos aqui. O ACNUR sente profundamente essa perda, porque tivemos o privilĂ©gio de trabalhar em estreita colaboração com Telma Lage e com as organizaçÔes da Igreja CatĂłlica desde que nossos venezuelanos começaram a chegar a Roraima”, disse o Oficial de Campo SĂȘnior do ACNUR, Arturo de Nieves, durante a cerimĂŽnia.
O ACNUR reconhece o papel dos lĂderes religiosos e de suas comunidades como fundamentais no apoio Ă pessoas refugiadas durante o deslocamento e para a integração local. O Abrigo SĂŁo Vicente I, que funcionava em terreno da Igreja Consolata, foi o quinto abrigo da Operação Acolhida e tinha capacidade para cerca de 300 pessoas.
Ăurea Cruz, tambĂ©m homenageada, Ă© criadora do projeto Mexendo a Panela, que distribui refeiçÔes para pessoas em vulnerabilidade, e como membra da igreja foi uma das pessoas responsĂĄveis pelo estabelecimento do Abrigo SĂŁo Vicente I. “Estou muito emocionada com esse carinho. Para nĂłs, que fazemos trabalho voluntĂĄrio, essa placa Ă© um carinho na alma, reconhecendo o trabalho que fazemos como algo importante”, disse Ăurea Cruz.O Centro de MigraçÔes e Direitos Humanos iniciou atividades no ano de 2007, como uma instituição da Diocese de Roraima que atua junto Ă s pessoas em situação de vulnerabilidade durante o deslocamento forçado ao Brasil. AlĂ©m disso, o CMDH atua com as pessoas em situação de cĂĄrcere, pessoas em situaçÔes de rua, indĂgenas migrantes e refugiados alocados na cidade de Boa Vista, produz fraldas descartĂĄveis e faz a entrega de cestas bĂĄsicas. Ao lado do ACNUR, a instituição realiza prĂ©-documentação desde 2017 para a garantia de direitos a refugiados e migrantes da Venezuela.