Em um cenário de alta nos valores dos alimentos, a importância da boa alimentação fica em evidência, pois fortalece o sistema imunológico e dá mais chances ao corpo contra o vírus
A alta nos preços de produtos e serviços não poupou nem mesmo o item mais básico para a sobrevivência: a comida.
A inflação sobre os alimentos vem castigando os brasileiros nos últimos tempos. Em setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu o pico de 10,25% em um período de 12 meses, de acordo com dados do IBGE.
O pimentão e a abobrinha são os campeões do ranking, com aumento de 96,34% e 64,93%, respectivamente. Repolho, batata-doce, pepino, mandioca e laranja-lima também aparecem na lista dos 50 itens que mais subiram em um ano.
As carnes não ficaram de fora. Filé-mignon, músculo, lagarto, acém, patinho, costela, contrafilé e picanha, juntos, tiveram um crescimento médio de 37% no valor.
Por causa disso, muitas pessoas passaram a procurar ossos bovinos e pés de galinha para completar as refeições.
Além de não conseguirem acompanhar os preços altíssimos dos supermercados causados pela crise que assola o país, deixar de consumir uma série de alimentos, ou precisar se contentar com sobras, causa um estado de subalimentação, que não proporciona os nutrientes necessários para a saúde.
Isso se torna ainda mais preocupante diante do cenário da pandemia, já que as vitaminas presentes nos alimentos podem fortalecer o organismo contra o coronavírus.
Se as pessoas não têm condições de comprar comida, consequentemente não consumirão o valor nutritivo necessário para o organismo. Desta forma, podem se tornar ainda mais vulneráveis à Covid-19.
A importância da nutrição para a prevenção de doenças
A má alimentação compromete a resistência do organismo, levando às doenças infecciosas em geral.
O sistema imunológico tem a função de proteger o corpo de qualquer substância desconhecida, mas se torna incapaz de fazê-lo em sua total capacidade quando se encontra enfraquecido. Nesse sentido, a melhor maneira de manter isso funcionando é absorvendo nutrientes.
Os vírus são seres acelulares que utilizam organismos mais frágeis para conseguir se multiplicar. Sabemos que existem casos de infecção por Covid-19 em pessoas consideradas saudáveis – jovens, praticantes de esportes e com alimentação balanceada –, mas considerando o estrago que essa doença fez ao redor do mundo, todo cuidado é necessário.
Ter uma dieta saudável é a maneira mais simples de se proteger de enfermidades infecciosas e metabólicas, sendo recomendado seguir as práticas de consumo de produtos naturais e orgânicos e a diminuição, o quanto for possível, de itens ultraprocessados.
Quais alimentos servem para fortalecer a imunidade?
A conservação dos alimentos também é um ponto muito importante. Se mal higienizados ou armazenados, a presença de bactérias e possíveis toxinas podem sobressair os benefícios nutritivos, colocando a saúde em risco.
A prevenção de doenças a partir dos alimentos deve ser feita com base na lavagem adequada, temperatura de armazenamento, cheiro, cor e texturas, sempre de acordo com as características de cada produto.
Frutas
Frutas são fontes riquíssimas em vitaminas, minerais, fibras e compostos antioxidantes que fortalecem o sistema imunológico e várias outras funções do corpo.
Além de ser possível consumi-las em seu estado natural, variar o cardápio com frutas e vitaminas também é uma boa.
Dê prioridades às frutas com:
Vitamina A: manga, ameixa, mamão, melão, abacate
Vitamina B: laranja, goiaba, acerola, limão, abacaxi, morango, tangerina
Hortaliças
Cheias de fibras, vitaminas e sais minerais, as hortaliças, além de turbinar o sistema imunológico, também agem no coração, nas vias respiratórias, nos órgãos, nos ossos e até no cérebro.
Sempre que possível, dê preferência ao consumo dos alimentos crus, já que a preservação dos nutrientes é mais eficaz desta forma. Mas também não há mal nenhum em cozinhá-los. Apenas lembre-se de evitar muito óleo ou margarina na hora do preparo – prefira gorduras “do bem”, como azeite.
A variedade de hortaliças é enorme: brócolis, couve-flor, alface, rúcula, abóbora, cenoura, pimentão, berinjela, repolho, cebola, beterraba, espinafre, etc.
Cereais integrais
Os cereais promovem sensação de saciedade, atuam no funcionamento intestinal, controlam os níveis glicêmicos, reduzem o colesterol e até absorvem a gordura de outros alimentos.
Também são fontes de carboidratos contidos, vitaminas, sais minerais e proteínas. Este conjunto participa na construção, fortificação, regeneração e substituição de tecidos no organismo.
O mais indicado é que os cereais, em formato de grãos, sejam integrais, ou seja, que estejam inteiros e não tenham sido submetidos por processo de refinamento industrial.
Para isso, devem conter três camadas: farelo (casca), endosperma (porção intermediária) e gérmen (semente).
Aveia, arroz integral, milho e quinoa são alguns exemplos.
Carnes
O item que mais tem pesado no bolso dos brasileiros é riquíssimo em proteínas e zinco, sendo este último mineral um componente muito importante para o sistema imunológico.
Carne de boi, porco, frango e cordeiro são ótimas fontes de zinco, assim como alguns peixes – atum, bacalhau, salmão, sardinha, pescada branca – e outros frutos do mar – camarão e ostras.
De modo geral, idosos costumam ter deficiência de zinco, o que explica, entre outros fatores, o estado mais frágil do sistema imune.
E são justamente as pessoas acima dos 60 anos que correm mais riscos em relação à Covid-19 e demais doenças virais infecciosas.
Cuidados com a alimentação diminuem os riscos em geral
Uma boa nutrição não apenas pode proteger o organismo contra o coronavírus e outras doenças infecciosas, mas também uma série de condições preocupantes para o estado de saúde, como colesterol e pressão alta.
Assim, o ideal é ser adepto a uma dieta nutritiva para se ter mais qualidade de vida.
Por mais que haja a incidência de vítimas da Covid-19 que seguem um estilo de vida saudável, as chances entre essas e outras pessoas, com hábitos mais detratores, são maiores.
Um exemplo disso são os pacientes de balão gástrico, que se preocuparam perante a possibilidade de fazerem parte dos grupos de risco.
No entanto, como esses pacientes estão sob tratamento de perda de peso, com dieta balanceada, também melhoram distúrbios como a hipertensão e diabetes, o que diminui os perigos de contágio de forma considerável.