Lixão a céu aberto, um problema que perdura por anos em Envira

Em Envira, o lixo é despejado na estrada que dá acesso a principal aldeia indígena da cidade.


Uma das maiores preocupações mundiais tem sido a pauta ambiental, diversos países procuram de maneira consciente desenvolver uma economia limpa e menos destrutiva para o planeta. O Brasil anda na contramão desse pensamento, o presidente é um negacionista e uma grande parte da população também é. 

Veja o caso de Envira, uma pequena cidade no sudoeste da maior unidade federativa Brasileira, situado em uma das maiores florestas do planeta, floresta esta responsável pela manutenção do clima em todo o mundo. Mas falar sobre meio ambiente com os envirenses é falar de 'bobagens', poucos se importam com o pauta e os que estão a frente da gestão público ou não sabem o que fazer ou estão pouco se importando. 

Venho acompanhando a prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e do manejo de resíduos sólidos de nosso município, e a cada dia percebo o descaso e desrespeito para com a população, e principalmente com quem trabalha diretamente com o resultado das nossas atividades humanas diárias em sociedade, O LIXO.

A coleta domiciliar é ineficiente, não possuí regularidade e/ou continuidade não se sabe os dias e horários da coleta, os colaboradores que coletam o lixo, trabalham despreparados, sem ter noção dos RISCOS a que estão expostos, nos quais destacamos: ausência de uniformes, equipamento de segurança adequado para atividade, como luvas, máscaras, bota, chapéu, andam em cima do lixo, pisam na tentativa de compactá-lo e assim depositar mais lixo no “carro coletor”. Desta forma correm sérios riscos de cortes e ferimentos causados por vidro, alumínio e até contrair uma doença infecto contagiosa, provocada por seringas descartadas de forma irregular no lixo domiciliar e também o no lixo hospitalar. Utilizam carros improvisados sem nenhuma adequação pra coletar e transportar o lixo.

E agora o ponto principal, o LIXÃO, este é o retrato fiel que demonstra o cuidado e o respeito que se tem com os envirenses e o meio ambiente, e tão pouco com as gerações futuras, direito este assegurado em lei. Aos interessados, pesquisem o artigo 225 da Constituição Federal de 1988.

O local se encontra abandonado e sem nenhuma medida de remediação e/ou recuperação, o que me deixa mais intrigada, por que se têm no município tantas máquinas, por que não fazer o aterramento desses resíduos? 

Vale lembrar que a administração e operação da limpeza pública são de responsabilidade EXCLUSIVA do poder público MUNICIPAL e inclui os principais serviços, só pra lembrar: coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.

Fonte: Diário Oficial dos Municípios
Portanto, cabe a cada um dos cidadãos envirenses QUESTIONAR, COBRAR e EXIGIR que esses serviços funcionem, sendo este também é um direito estabelecido e garantido pela lei, assim como também informar a sociedade as políticas desenvolvidas para que a mesma possa opinar e exercer o controle social. 

Afinal, a empresa ELFA COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA EIRELI que é responsável pela limpeza pública da cidade de Envira recebeu e vem recebendo muito bem para executar esse serviço, a bagatela de R$ 2.086.554,65 (dois milhões oitenta e seis mil quinhentos e cinquenta e quatro reais e sessenta e cinco centavos) para fazer a Limpeza de Vias Públicas, com Capina e Podagem, visando o Atendimento das Necessidades de toda a cidade de Envira, e convenhamos a empresa vem prestando um péssimo serviço.

Não se pode ignorar um problema sério e dessa magnitude, com o novo marco legal do saneamento básico, a Lei constitui uma nova programação para o fim dos lixões que vai até 2024 em todos os estados brasileiros.  Espera-se que dentro desse período quem estiver governando nossa cidade tenha a decência de construir o aterro municipal sanitário, para evitar que pessoas tenham que caminhar sobre o lixo para poder chegar as suas fazendas, colônias e aldeias, que famílias não venham a adoecer por conta da contaminação do lençol freático da bacia subterrânea e que doenças não venham assolar a cidade por conta da forma como o lixo vem sendo depositado a céu aberto.

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