Poder Judiciário determinou no início deste mês a indisponibilidade dos bens de políticos envirenses, entre eles figuram o atual Vice-Prefeito, o Secretário de Meio Ambiente, o atual Presidente da Câmara e mais 6 vereadores acusado de suposto enriquecimento ilícito
Envira – No dia 02 de setembro, o Poder Judiciário do Amazonas determinou através de despacho da juíza substituta, Danny Rodrigues Moraes o cadastro de Ismael Dutra, Antônio Lopes, Cerlândio Torquato, Clemonds Pinheiro, Elizeu Claudio, Erotildes de Souza, Fábio França, Francisco da Costa (Dinho), Francisco de Jesus Silva (Tonty), Lindomar da Silva, Gean Gurgel, Izequiel Lourenço (Irmão Tol), James Pinheiro, Raimundinho do Aluízio, Raimundo Jorge (Irmão Jorginho), Lira Castro e Ridiner de Araújo junto à CENIB, determinando assim a indisponibilidade dos bens dos políticos acima citados.
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Pra quem não lembra vamos refrescar a memória, o processo supracitado está relacionado as diárias concedidas a 11 vereadores, cinco ex-vereadores e ao controlador interno da Câmara Municipal de Envira, à época, que somam 7 anos e dois meses, segundo o promotor de Justiça Kleyson Nascimento Barroso. Com as passagens aéreas, os gastos dos parlamentares com viagens entre 2013 e 2019 alcançaram o montante de R$ 1.060.950,62.
A ‘farra das diárias da Câmara de Envira’ como ficou conhecida foi denunciada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas que ajuizou, em 2019, uma ação civil de improbidade administrativa contra 17 pessoas, entre elas, o então presidente da Câmara Municipal de Envira e hoje vice-prefeito de Envira, Raimundo Lira de Castro, mais conhecido como Lira Castro (PSL).
Como funcionava o esquema
De acordo com a denúncia do MP, Lira Castro criou um “inusitado sistema de rodízio para viagens desnecessárias”. Todos os meses pelo menos três vereadores viajavam à Manaus, onde passavam, no mínimo, 18 dias para fazerem “exatamente a mesma coisa”.
Entre as atividades registradas pelos parlamentares para justificar concessão das diárias estão visitas a deputados estaduais, a escritórios de advocacia e contabilidade, protocolos de requerimentos na ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) ou a órgãos governamentais do Estado.
De acordo com o promotor, essas situações “poderiam ser resolvidas com um simples telefonema ou um e-mail, até porque vivenciamos em plena era da tecnologia da informação”. E, mesmo se a viagem fosse necessária, o objetivo dela “poderia ser facilmente alcançado em 2 (dois) ou 3 (três) dias”.
Para o MP, Lira Castro é o “campeão no recebimento de dinheiro público para benefício próprio”. Ele recebeu 333 diárias ao longo de dois mandatos “incorporando ao seu patrimônio pessoal a importância de R$ 102.110,00”, ou seja, passou quase um ano fora da sede do município de Envira. Além disso, o parlamentar recebeu R$ 45.619,75 em passagens aéreas, conforme a lista abaixo.