#Gaslighting: Tumulto na CPI da Covid-19, ministro da CGU passa a ser investigado após atacar Tebet


Em uma sessão marcada por tumulto, empurra-empurra e ofensas como "descontrolada", "menino mimado", "moleque de recado" e "pau mandado", a CPI da Covid-19 ouviu, nesta terça-feira (21), Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU). 

O objetivo da comissão era investigar se houve omissão por parte do órgão perante as irregularidades nas negociações pela importação da Covaxin. A CGU recomendou que o contrato fosse suspenso, mas descartou superfaturação.

O depoimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado foi interrompido após mais um momento tenso envolvendo o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, e senadores da oposição.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) fez uma exposição sobre irregularidades no contrato do Ministério da Saúde com a Precisa Medicamentos, para a compra da vacina indiana Covaxin, produzida pelo laboratório Bharat Biotech, e apontou que o controlador-geral da União foi omisso. Ela ainda o acusou de contrariar os próprios técnicos do ministério. 

"Ele [o depoente] não poderia ir numa coletiva com o ministro Queiroga e fazer uma defesa intransigente de um contrato irregular que estava em processo de investigação pela própria CGU. Lamento muito o papel que Vossa Excelência está fazendo, o desserviço para o país e com o dinheiro público. Vossa Excelência não é advogado do presidente da República ou do ministro da Saúde. Vossa Excelência não é nem um advogado na estrutura da CGU", criticou ela.

"Temos um controlador que passa pano, deixa as coisas acontecer", afirmou Tebet. Rosário declarou que Simone disse "inverdades" e chamou a senadora de "descontrolada". Além disso, mandou que ela lesse tudo de novo. "Bem, senadora, com todo o respeito à senhora, eu recomendo que a senhora lesse tudo de novo porque a senhora falou uma série de inverdades aqui", disse o ministro.

Após o ministro alegar ter tido acesso a dados sobre investigações da Precisa apensar em julho deste ano e negar ter cometido crime de prevaricação, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) mostra pastas com documentações que estavam na CGU desde outubro de 2020 e questiona Rosário a respeito de medidas tomadas pelo órgão.

O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), lê um trecho de 'Vidas Secas', de Graciliano Ramos:

"Dentro de casa Fabiano grita, xinga, bate na mulher e até na cachorra baleia. Mas, diante do patrão, fala fino, obedece, é puro servilismo e se borra de medo do soldado amarelo‘. Aqui é o ‘capitão amarelo’, depois do recuo que assinou".

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) aponta contradições no depoimento do ministro.

"Vossa senhoria não é advogado do governo", dispara Simone.

Depois de ouvir que estava agindo como um "menino mimado", Rosário chama Tebet de "descontrolada" e um verdadeiro tumulto com direito a empurra-empurra é iniciado na sessão.

Ao fundo, é possível ouvir o senador Otto Alencar (PSD-BA) chamando o ministro de "moleque", "moleque de recado" e "pau mandado".

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), encerrou a sessão e informou que Wagner Rosário passou a integrar a lista de investigados pela comissão.

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