Manaus - Seis meses após o início do estudo, o CovacManaus demonstrou resultados preliminares positivos entre os participantes em fase de acompanhamento. Dados recentes divulgados pela coordenação da pesquisa apontam que a maioria absoluta dos vacinados desenvolveu anticorpos depois da aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19. Além disso, houve um baixo número de infecções e hospitalizações, e apenas um óbito em decorrência da doença foi registrado. O estudo conta com apoio da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Voltado para a antecipação da vacinação contra a Covid-19, em servidores de 18 a 49 anos com comorbidades, nas áreas de educação e segurança de Manaus, o estudo finalizou as etapas de recrutamento e vacinação durante o mês de maio. Após o fim deste período, todos os 5.078 participantes permaneceram sendo acompanhados pela equipe de pesquisadores a fim de identificar se a aplicação da vacina CoronaVac em pessoas com comorbidades tem impacto na prevenção das formas graves da doença.
Os resultados preliminares apontam que 91% dos vacinados apresentaram anticorpos detectáveis após a 1ª dose e que 99,8% dos participantes apresentam o mesmo quadro de imunização após o recebimento da segunda dose. Dados acerca da identificação de casos de Covid-19 entre os vacinados são bastante positivos: Infecções confirmadas pela doença de 2,6%, hospitalizações de 0,1%, admissões em UTI de 0,04% e óbito de 0,02%.A pesquisa é conduzida pela médica infectologista da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e Pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da UEA, Maria Paula Mourão, e pelo médico infectologista da FMT-HVD e especialista em saúde pública da Fiocruz, Marcus Lacerda.
"Até então, os resultados foram muito promissores, tanto do ponto de vista da presença de anticorpos como também de infecções e hospitalizações por Covid-19. Isso é muito importante para consolidar a relevância que as vacinas têm no enfrentamento da pandemia. Sabemos que não é uma medida única, pois precisa estar combinada com os outros cuidados, porém mais uma vez está comprovado que é uma medida altamente eficaz. As pessoas precisam se vacinar para que possamos enfrentar a pandemia de uma forma mais sólida", explicou a Pró-reitora Maria Paula Mourão.
Mourão destaca ainda que o acompanhamento dos vacinados seguirá sendo realizado durante os próximos meses, até que o estudo seja finalizado. "Vivemos uma fase de redução de número de casos, mas temos novas variantes do vírus em circulação. Por isso, precisamos continuar acompanhando essas pessoas para entender como a imunidade, induzida pela vacina, vai se comportar em relação a essas novas variantes", pontuou.
Sobre o CovacManaus
O estudo conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam); doação das vacinas pelo Instituto Butantan; e parceria do Governo do Estado, da UEA, das secretarias estaduais de Saúde (SES-AM), de Educação e Desporto (Seduc) e de Segurança Pública (SSP-AM), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM), do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e da Prefeitura de Manaus.