Os materiais de higiene e limpeza do projeto Resposta à COVID-19 no Brasil, doados pela Visão Mundial - com o financiamento do Escritório de Assistência Humanitária (BHA) da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) - serviram de inspiração para alunos da rede pública criarem um projeto de Robótica, que aciona os dispositivos por sensor.
Com os itens de sanitização, que contemplam lavatório de mão e totem de álcool em gel, em apenas três dias, os alunos da Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré em Manacapuru, a 115 quilômetros de Manaus, conseguiram desenvolver um lavatório automático, controlado por um sistema que pode interagir com o ambiente. O protótipo possui um console com medidor de temperatura corporal e dispenser de álcool em gel que funciona por aproximação, e foi chamado de AC-19.
Segundo o professor Galileu Pires, o projeto de robótica já vinha desenvolvendo o protótipo, mas estava parado por falta de recursos financeiros e dos materiais necessários para a confecção. Após a doação da Visão Mundial tudo foi confeccionado rapidamente, "Foi como um presente de Deus mesmo, na verdade o material doado caiu feito uma luva em tudo que já havíamos projetado, quando vimos que o console do lavatório e dispenser encaixava, eu e o professor Victor ficamos empolgados e por isso trabalhamos para montar tudo tão rápido", afirmou.
O projeto de robótica, desenvolvido por cinco alunos, consistiu no desenvolvimento de três dispositivos, sendo uma pulseira com sensor, que afere a temperatura corporal, um dispenser automático de álcool em gel com sensor de aproximação; e um aferidor de temperatura com termistor de distância acoplado, instalado na entrada da escola.
De acordo com o aluno do 2° ano e participante do projeto José Victor, o dispositivo foi instalado na entrada da escola e a ideia do projeto é dispensar o contato humano.
"Antes de implementarmos o projeto, era necessário duas pessoas na recepção dos alunos, uma para medir a temperatura e outra para aplicar o álcool em gel e agora tudo é feito através do dispositivo", explicou.
A escola já possuía um simples laboratório de robótica com cinco alunos participantes e com a orientação dos professores Galileu Pires, de Biologia; e José Victor Bezerra, de Física, que idealizaram os protótipos para ajudar a combater a proliferação do vírus no ambiente escolar, fazendo com que os estudantes fiquem atentos às medidas de segurança e aos possíveis casos de contaminação, dentro e fora da escola.
Ao tomar conhecimento do projeto, a gerente do Resposta à COVID-19 no Brasil, Angela Karinne Almeida Mota, ficou bastante impressionada de ver que os materiais doados foram objeto de uma iniciativa de robótica e automação e que vão facilitar ainda mais a rotina dos estudantes e ajudar na prevenção. "Sabemos da importância que nosso trabalho teve na contribuição para o enfrentamento da pandemia e aumento das medidas de prevenção. Nem todas as escolas e estabelecimentos dispõem de recursos para a aquisição destes materiais de sanitização e ver o uso e ainda uma melhoria aplicada aos lavatórios e totens é inspirador", comenta.